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26 de nov. de 2009

O árbitro e o guarda de trânsito

Já notou os vários sinais do árbitro de futebol (regra 05)? Há sinais feitos com os braços, com as mãos, com o som de um apito e com um par de cartões (amarelo e vermelho). Isso nos lembra outra profissão...

Lendo a parágrafo acima podemos fazer uma pequena comparação entre o árbitro de futebol e guarda ou fiscal de trânsito (em Campinas este fiscal é conhecido como “amarelinho” e em São Paulo como “marronzinho”). Percebam que ambos utilizam de sinais, apito e blocos de anotações.

O árbitro usa um uniforme diferente dos jogadores. O guarda usa uma farda impecável. Ambos os casos é para mostrar suas autoridades.

O árbitro usa o sinal com os braços para mandar seguir uma jogada onde foi observada uma vantagem. O guarda usa o mesmo sinal para que o trânsito siga em frente. O árbitro levanta o braço sinalizando uma cobrança de falta em dois toques (tiro livre indireto – regra 13). O guarda levanta o braço sinalizando que o veículo deve parar, não pode seguir em frente.

O árbitro usa seu apito para interromper uma jogada irregular. Já o guarda usa o seu apito para chamar atenção dos motoristas.

Os cartões são os blocos de anotação das ocorrências dentro de uma partida de futebol, ali os números das camisas dos jogadores podem ser comparados com as placas dos veículos, pois o guarda usa seu bloco para anotar as infrações (multas) cometidas no trânsito.

Os árbitros são ultimamente chamados de “máfia do apito”, já os guardas e fiscais de trânsito de “máfia da indústria da multa”.

Fim das comparações. O árbitro de futebol por mais que tenha autoridade, sempre será contestado, desrespeitado e pouco temido pela sociedade futebolística. Já a autoridade do guarda e do fiscal, esta sim, será contestada, porém, amplamente respeitada e temida pelos motoristas.

Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

4 de nov. de 2009

O vilão do futebol

Na busca de não reconhecer sua inferioridade ou sua real condição de combate, a sociedade futebolística usa como sua ultima instancia a figura solitária do árbitro “o vilão do futebol.”.

È nele que será cravado o motivo de sua derrota, sem perdão, a vitória não veio por causa dele. Foi ele quem expulsou o jogador que deu um pontapé no adversário sem esta a bola em disputa (regra 12 – o jogador será expulso se for culpado de conduta violenta) aos 10 minutos do primeiro tempo, cuja expulsão comprometeu todo esquema tático estipulado pelo treinador antes do tiro de saída (regra 08).

A busca de camuflar o péssimo desempenho da equipe reflete nos berros do treinador que não consegue extrair o que fora passado pela sua preleção antes do jogo, mais o erro dos jogadores não são fatais, sim os erros do árbitro, este veste camisa, calção, meia e chuteiras, porém a ele não é permitido tocar na bola, sendo assim não poderá fazer gol ou defender um possível gol.

Será nele que os dirigentes despejaram um caminhão de culpa, não importa que seu jogador fosse expulso de acordo com a regra do jogo, o árbitro não poderia ter comprido está regra, pois através deste ato foi causador da derrota e por este motivo merece se surrado.

Todos os parágrafos acima são relatos de uma situação vivida por um árbitro que milita no futebol não profissional na cidade de Campinas interior do Estado de São Paulo, onde após esta expulsão o jogo virou um verdadeiro inferno. Ao termino do primeiro tempo, o campo de jogo (regra 01) foi invadido por vários torcedores da equipe que teve o jogador expulso, onde um deles disse com a maior natureza do mundo – “lembra de mim, na final do veterano eu quebrei sua cara, hoje vou quebrar você no meio, não importa se meu time ganhar ou perde, você vai sai daqui direto para Mário Gatti” – para quem não é de Campinas, Mário Gatti é o Hospital Municipal.

Próximo do termino da partida, cujo placar já era de dois x zero contra a equipe do jogador expulso no inicio, este mesmo torcedor saiu da arquibancada e juntamente com vários outros torcedores iniciaram uma caminhada em direção do portão de acesso ao campo de jogo, porém um milagre aconteceu do nada, um espectador que não tinha nada haver com o jogo geraram uma briga contra estes torcedores, desviando toda atenção direcionada a equipe de arbitragem que por sua vez encerrou o jogo e saiu de fininho por um portão de acesso ao córrego que passa ao lado do campo.

Milagre ou não isso é inadmissível esta situação. Se a sociedade futebolista acolhe pessoas com este espírito, o futebol estará com sua essência condenado a morte e refém de pessoas sem coração e qualquer respeito pelo semelhante. O futebol amador de Campinas está condenado a ficar sobe jurisdição de pessoas sem o espírito empregado pelo Barão Coubertin “O importante não é vencer, mas competir com dignidade”.

Nota 01: Os nossos mais sinceros protesto de repudio pelo acontecimento a partida entre Flamengo do Jd. Santa Mônica x Unidos do Jd. Eulina, partida valida pela quarta de finais do Campeonato Amador da Campinas.

Nota 02: Deixamos os nossos protestos de estima, consideração e reconhecimento pela pessoa idônea e amiga que é o árbitro desta partida: Sr. Paulo César da Silveira, conhecido pela sociedade futebolística de Campinas como PC.